Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

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Cardiodesabafo
O coração: - “Talvez eu já não seja
o que me imputam ser: órgão do amor.
Talvez eu só consiga sentir dor
e nem da solidão eu me proteja.

Eu sei que sou vital, mas sentimento
é outra história, não é mais comigo;
é coisa pra neurônio; não consigo
agir melhor. Eu sou assim. Lamento.

Esse negócio de que desamor
agride o coração é apenas mito,
e parem de chamar-me de órgão-rei.

Sou nada mais que um órgão sofredor
e não serei jamais - eu acredito -
o amante que já fui. Já não serei”.

20/03/2006
Enviado por Paulo Camelo em 05/05/2006




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