Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Soneto 137 de William Shakespeare
Autor: William Shakespeare
Tradução: Paulo Camelo

Ó tolo e cego amor, eu já estou cego
e não contemplo mais o que me apraz,
pois toda a vã beleza - eu sei, não nego -
a mim se mostra feia, e assim se faz.

Se os olhos, corrompidos, parciais,
não veem mais por onde os homens vão,
por que na falsidade mostram mais
do que me julga o pobre coração?

Por que meu coração trama diverso
ao que conhece nesse imenso mundo?
Eu já não vejo, em meu olhar disperso,
a justa face desse amor profundo?

E, se das coisas certas foge a mente,
a falsa praga é o que ela vê, somente.

27/05/2025
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 27/05/2025
Alterado em 27/05/2025


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